quinta-feira, 21 de abril de 2016

Alternativas para se agregar valor ao leite

O leite oferece diversas alternativas de uso, seja para quem o produz, como para quem o adquire após ter sido objeto de um processo industrial. Neste caso deve-se levar em  conta que alguns processos, como é o caso da esterilização, restringem, e muito, seu uso. Nos outros casos, se pode dar excelentes usos para o leite industrializado, tais como, fazer queijos diversos e iogurtes.

Quando se produz leite as alternativas se multiplicam, inclusive quanto à origem. Ainda que sejam em maior  número as origens do leite, o mais comum é se produzir leite de vaca, de cabra e de ovelha.

O volume produzido também varia de poucos litros/dia até milhares de litros, mas a agregação de valor vai depender de um planejamento, algo que deve ser feito com grande cuidado.

Os produtores de leite dispõem de um excelente elenco de apoiadores, tais como: Embrapa; as Ematers e similares; Secretarias Municipais; Programas especiais; SEBRAE; Universidades; e sistemas de apoio de produtores de equipamentos.

É importante que as decisões sejam bem fundamentadas, especialmente quando envolvem custos e investimentos. Instalações inadequadas, má qualidade de produtos, e atendimento inadequado aos consumidores constituem os erros mais comuns. Um erro que pode ser fatal é o de se utilizar na propriedade rural, mão de obra contratada pela CLT, o que pode gerar um passivo oculto irrecuperável. Um empreendimento rural para agregar valor ao leite deve considerar as características peculiares desta atividade e utilizar como força de trabalho, familiares ou Micro Empreendedores Individuais.

São múltiplas as alternativas para se tornar a produção de leite um excelente empreendimento, seja este leite, pasteurizado ou não. O importante é se gerar um produto de qualidade e quem atribui este valor é o consumidor. A qualidade se baseia na relação de custo benefício e, assim sendo, o controle de custos é fundamental.

O iogurte e os queijos frescais são produtos altamente recomendáveis. Muito interessante é se produzir queijos visualmente atrativos como é o caso de queijos com fungos e os de formatos não convencionais.

O empreendimento para agregar valor ao leite deve ser visto como sendo uma empresa, ou seja,  um ser vivo. Em qualquer ser vivo a função faz o órgão e, no caso da empresa, se deve investir naquilo que é essencial, de tal forma que crescimento seja autossustentável.

Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro 
Professor de Administração – Sanitarista – Empresário - Escritor

terça-feira, 19 de abril de 2016

Como organizar um empreendimento leiteiro

O ponto de partida para se organizar qualquer empreendimento é se ter presente que deve existir uma necessidade de consumo que possa ser melhor atendida.

No caso de um empreendimento para atender a necessidade de produtos lácteos, precisamos organizar algo que atenda melhor o consumidor e seja viável como empreendimento.

Precisamos, pois, definir qual será nosso consumidor, analisar como está sendo atendido e planejar uma forma de atendê-lo melhor.

Vejamos algumas alternativas de consumidores para o leite produzido.

O consumidor usual quando se produz leite é o laticínio, mas esta pode ser uma alternativa problemática, pois os laticínios oferecem algum apoio tecnológico, mas exigem exclusividade e pagam o preço definido por eles, de tal forma que quando aumenta nossa produção o preço baixa. A exigência de exclusividade é de alto risco por gerar uma dependência incompatível com qualquer empreendedorismo. Para forçar essa exclusividade, os laticínios conseguem estabelecer exigências legais que dificultam, e até impedem, o fornecimento do leite para outros consumidores e, também, a agregação de valor ao leite produzido.

Este verdadeiro absurdo está sendo ultimamente superado em algumas unidades federativas, mas antes de se pretender iniciar qualquer empreendedorismo com o leite é preciso se consultar a viabilidade legal para o mesmo.

Superada esta questão, o leite pode ser, e é, um excelente campo de atuação para o empreendedorismo.

Uma opção interessante é começar a fornecer o leite in natura para hotéis, restaurantes e estabelecimentos que processam alimentos para seus clientes. Esta opção implica em quase nenhum investimento por parte do produtor rural e abre a possibilidade de se comercializar o leite por um preço adequado que assegure lucratividade e permita o desenvolvimento de um futuro beneficiamento de leite na própria propriedade rural.

O empreendedorismo é um processo que envolve assessoria contábil e legal, para que se evite cometer erros e se tenha de fazer correções.

Um passo adiante em termos de empreendedorismo é se agregar valor ao leite na própria propriedade rural. Esta é uma decisão que implica em investimentos, sendo recomendável o crescimento autossustentável, ou seja, que o próprio empreendimento gere os recursos para novos investimentos. Isso gera um crescimento sadio.

Nesta etapa é preciso se definir que tipo de beneficiamento se dará ao leite.

Ainda que se possa pretender produzir derivados a partir de leite não pasteurizado, é recomendável que se disponha deste recurso, pois ele amplia enormemente as opções de derivados possíveis de serem produzidos.

Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro 
Professor de Administração – Sanitarista – Empresário - Escritor

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Faça diversas produções por dia.


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Nos preocupa o fato de muitos dos nossos clientes pretenderem adquirir pasteurizadores/processadores com capacidade para processar a produção diária atual deles e, alguns, até para uma produção de leite futura. Isso não está correto sob o ponto de vista de administração de um empreendimento, pois este equipamento vai ter grande ociosidade.

Geralmente estes produtores fazem duas ordenhas diárias e o ideal é que se processe o beneficiamento deste leite logo após a ordenha. Essa simples providência já reduz pela metade a ociosidade do equipamento de processamento e teremos, assim, uma produção de queijo na primeira hora da manhã e outra no fim da tarde.

 Após a primeira produção, sugerimos que se utilize o processador para fazer iogurte. O iogurte exige pouca atenção e é o beneficiamento que gera melhor lucratividade para o leite. O mesmo pode ser feito após a segunda produção de queijo; e o equipamento ficará sem ociosidade. Assim sendo, se pode multiplicar por quatro a capacidade do processador de leite.

Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro 
Professor de Administração – Sanitarista – Empresário - Escritor